quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Lucifer

 É evidente que a DC Comics já tinha utilizado o Diabo como personagem antes, mas esta abordagem em particular surge inteiramente da mente de Neil Gaiman que tirou influências da obra "Paradise Lost" de John Milton. A pedido do autor Lucifer foi desenhado para se assemelhar a David Bowie.
O seu carisma é tão grande que apesar das curtas aparições sempre se destacou como um dos personagens mais fortes em "The Sandman" e na opinião do seu criador um que merecia definitivamente a sua própria série, algo que a início enfrentou sérias dificuldades, pois aliado ao receio de editar uma série sobre o Diabo, o facto de o quartel-geral da DC estar situado na 666 fifth avenue não ajudava. Eventualmente a série arrancou e a árdua tarefa calhou a Mike Carey.
A primeira vez que Morningstar nos foi apresentado, encontrava-se a governar o Inferno juntamente com os demónios Beelzebub e Azazel. A ideia de o Inferno ser governado por um triunvirato foi imposta pela DC na altura e não uma escolha do autor que era contra. No entanto Gaiman sempre deu a entender, claramente, quem dos três era aquele que tinha sempre a última palavra e nesse sentido não há margem para dúvidas, o senhor do Inferno era Lucifer "The Lightbringer".
Como disse as suas aparições na obra-prima de Gaiman foram poucas mas sempre excepcionais, quem não delirou com a história de "Seasons of Mists"? Nesta história Lucifer abandona o Inferno pedindo a Morpheus (os seus destinos estão mesmo cruzados) que lhe corte as asas, e mudando-se para Los Angeles (a cidade dos anjos) onde acaba por abrir um bar de nome "Lux".
Adoro a forma como Gaiman desenvolveu o personagem e mesmo em "Murder Mysteries" que não tem ligação com "Sandman" podemos sentir que o diabo é o mesmo.
Quando Mike Carey pegou neste desafio, notaram-se diferenças, principalmente quando se introduz o arcanjo Michael, mas o autor tinha uma tarefa complicada, criar um arco sobre um dos personagens mais poderosos da criação e pessoalmente acho que fez um bom trabalho.
 O livro é bom mas fica já o aviso que a história melhor em volumes posteriores.


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