Ainda no útero, ele estrangulou o irmão gêmeo com o cordão umbilical e matou a mãe no parto. Jovem, estudou artes arcanas e misticismo. Fumante inveterado, tocou na banda de rock Membrana Mucosa, enviou acidentalmente a alma de uma garotinha para o inferno e recebeu transfusão de sangue de um demônio.
Estes são apenas alguns elementos da concepção de John Constantine, o bruxo inventado pelo escritor inglês Alan Moore e protagonista da revista mensal "Hellblazer". O personagem completou 25 anos de criação em 2010.
Na verdade, Constantine surgiu pela primeira vez em 1985, na revista mensal do Monstro do Pântano, então escrita por Moore. Inicialmente apenas coadjuvante - ele surgia no enredo como um "guru" do Monstro, ensinando-lhe a usar seus poderes -, Constantine chamou atenção dos leitores desde o começo. O mistério em torno de seu passado, a ironia tipicamente britânica, o diálogo com criaturas sobrenaturais e o visual inspirado no cantor Sting, ex-vocalista da banda The Police, renderam ao personagem um título próprio.
Em janeiro de 1988, chegava às bancas a primeira "Hellblazer" (ou "desbravador do inferno", numa tradução aproximada), com roteiros de Delano e desenhos de John Ridgway. A HQ serviu de estopim para a fundação do selo Vertigo, em 1993, com histórias de teor adulto. Até hoje, "Hellblazer" segue como o título mais antigo ainda em publicação pela Vertigo, estando atualmente na edição 277 nos EUA.
Em 2005, e depois de anos de especulação, a revista em quadrinhos "Hellblazer" se tornou o filme "Constantine". Porém, quase nada do que se sabia da HQ foi para as telas. A começar pelo próprio personagem central. Britânico, loiro e mal encarado, John Constantine foi encarnado no cinema pelo norte-americano, moreno e rosto-de-bebê Keanu Reeves. A ambientação da trama saiu das ruas sombrias de Londres para o universo pop de Los Angeles.
Apesar de inspirado no arco de histórias "Hábitos Perigosos", publicado em 1991, o roteiro do longa de Francis Lawrence pouco guardou de semelhanças com o universo original de "Hellblazer". Mesmo assim, foi sucesso de bilheteria na época.
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